Os pais de Bruna Brito Barbosa de Araújo, de 4 anos, denunciaram a suspeita de que a filha teria morrido por negligência médica. Em vídeo publicado nas redes sociais, eles contaram que a criança foi diagnosticada com amigdalite e, entre idas e vindas à emergência de um hospital do Recife (PE), o quadro piorou e ela morreu.
A criança morreu em 13 de dezembro. Após denúncia, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) abriu sindicância para investigar o caso.
Em uma série de vídeos publicados nas redes sociais, Gabriela Brito e Josinaldo Junior, pais da menina, relataram as idas à emergência da Unimed Recife e a insistência para que ela recebesse tratamento adequado.
Os pais de Bruna contam que a levaram ao hospital ao perceberem que ela estavam com “caroços” na garganta, com dificuldade de falar e cheiro forte na boca. Eles contaram ainda que a médica, sem pedir exames, indicou um tratamento com benzetacil.
Ponto a ponto:
Os pais de Bruna Brito Barbosa de Araújo, de 4 anos, denunciam uma suposta negligência médica na unidade da Unimed do Recife;
A menina foi diagnosticada com amigdalite e, mesmo com tratamento, houve uma piora. Os pais insistiram por uma melhor apuração do diagnóstico;
Ao passar por exame, Bruna teve complicações;
Mãe denuncia que a filha, já entubada, teria caído, o que levou à hemorragia que resultou na morte da menina;
Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco investiga o caso.
Sem sinal melhora, no dia seguinte, a menina foi novamente levada à unidade. Na ocasião exames indicaram que a menina teria uma infecção já em estado avançado, mas a médica pediu que os pais esperassem o efeito do remédio. “Assim foram quatro dias de idas e vindas em que a gente insistia que o quadro dela não era normal, que era para ser investigado”, relatou a mãe.
No quinto dia de busca por um tratamento, ao levá-la em um otorrinolaringologista, o médico pede uma tomografia do pescoço, realizada com sedação e contraste. Durante o procedimento, porém, houve uma complicação e a mãe foi informada de que a menina não poderia ter passado por aquele exame. “O exame que demoraria 20 minutos durou quatro horas”, contou Bruna.
Segundo a mãe, quando a médica tentava retorná-la da sedação, a saturação caia e, com isso, decidiram entubá-la. Antes de ser transferida para emergência pediátrica, a menina acordou e decidiram extubá-la. “Lá no hospital os médicos esperavam que Bruna chegasse entubada. Não foi nem avisado que Bruna ia extubada”, disse. “Ninguém estava preparada para aquilo ali”.
Os pais ainda reclamam que a equipe que a atendeu estava despreparada. Ao ser novamente entubada, a menina seria transferida para uma UTI. No entanto, no momento em que a menina era transferida de maca, a mãe escutou um barulho, um grito de uma das enfermeiras e um estouro vindo de um cilindro de oxigênio. “Ali a gente sabia que tinham acabado com tudo”, contou a mãe.
“A chance que Bruna tinha ali, por uma coisa mínima… se tornou impossível de se imaginar que a gente passaria por isso. Ali derrubaram Bruna”, lamentou. Os pais ainda relatam terem visto uma enfermeira sair da sala com sangue na roupa. A equipe médica teria afirmado que a criança morreu por uma hemorragia pulmonar.
O Metrópoles procurou a assessoria de imprensa da Unimed, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para eventual manifestação.
Investigação
Em nota publicada nas redes sociais, o Cremepe informou que, em dezembro de 2024, recebeu uma denúncia relativa ao caso. “O caso, que tem gerado grande comoção na sociedade pernambucana, resultou na instauração de uma sindicância junto à autarquia, a qual tramita sob sigilo processual, a fim de não comprometer a investigação”, informou o órgão.
O conselho informou que a sindicância tem caráter investigativo, com o objetivo de apurar a autoria e a materialidade de uma possível infração ao Código de Ética Médica.
“O Cremepe lamenta profundamente o falecimento precoce da pequena Bruna e expressa suas sinceras condolências aos familiares neste momento de dor e luto. Reafirma, ainda, seu compromisso, enquanto órgão supervisor e disciplinador, com a garantia do exercício ético da medicina em Pernambuco”, frisou.
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