Por Belarmino Mariano.
O litoral brasileiro possui mais de 8.500 quilômetros de orla que estão distribuídos por 17 estados brasileiros e apesar de serem terras de Marinha, estão em cerca de 400 municípios.
Considerando que o Brasil é um país tropical que ultrapassa o trópico de Capricórnio e a linha do Equador é completamente banhado por mar aberto e pelo oceano atlântico, área em que a ação marítima é muito intensa.
Diante dos efeitos das mudanças climáticas como avanço do mar sobre as praias tropicais, secas descontroladas e chuvas intempestivas com alagamentos, erosão de solo e queda de barreiras.
No Brasil, tem virado moda a técnica de engorda artificial de praia, com o aumento da faixa de areia para recuperar as áreas de avanço do nível do mar. Mas os neoliberais, que querem privatizar tudo, mas quando é gastar os recursos do Estado com obras no mínimo suspeitas, é um grande negócio.
A engorda de praia em Balneário Camboriú, Santa Catarina, custou R$ 66,8 milhões em 2021. Agora em 2025, com as fortes chuvas na região, toda a engorda está sendo arrastada para o mar, pois as fortes chuvas têm provocado forte erosão do solo. Todos os milhões gastos foram arrastados para o fundo do mar
Em Ponta Negra, no Rio Grande do Norte, um projeto semelhante ao de Balneário Camboriú com custo inicial de R$ 73 milhões. Se calcula 1,1 milhões de metros cúbicos de areia e a grande interrogação é sobre o grande custo de uma obra que poderá ser dinheiro literalmente enterrado na areia.
Na praia da Baia da Traição/PB, o avanço do mar já engoliu grande extensão da praia e avançou sobre casas, bares, restaurantes, praças e avenidas da área. Os prejuízos já são incalculáveis e o governo da PB já decretou Estado de Calamidade Pública.
Dezenas de políticos da Paraíba passaram a defender um projeto de engorda de praia para a Baia da Tradição e alguns já falam em orçamento que beira os R$ 70 milhões ou mais.
O mais interessante é observarmos muitos políticos negacionistas das mudanças climáticas, mas quando aparece a oportunidade de pegar dinheiro público, todos são unânimes em correr paracaprovar os tais projetos.
Defender políticas ambientalistas corretas, de proteção e mitigação aos impactos ambientais, não querem. Mas quando se fala em liberar recursos para obras milionárias e pouco efetivas , são todos a favor.
Assim como existia a “indústria da seca” na época da Ditadura Militar, agora, parece que surgiu uma nova “indústria de engorda de praia”. Desde a década de 1980 que ecólogos e ambientalistas, alertavam sobre as mudanças climáticas e na atualidade, a lógica negacionisra continua.
Agora mesmo, estamos vendo, na posse do republicano Donald Trump, uma de suas primeiras ações foi suspender toda a política ambientalista dos EUA, inclusive retirando o país da Conferência Mundial do Clima (COP 2030).
Imaginem num país como o Brasil, com 400 municípios sendo atingidos pelo o avanço do mar em suas praias, devido as mudanças climáticas, querendo aprovar projetos milionários para engordar suas praias?
Por Belarmino Mariano.
Imagens das redes sociais.
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