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A Morte do Papa Francisco

Por Belarmino Mariano*

“Como Uma Chave” (Conclave). O Papa nem havia morrido, mas já havia muita especulação sobre o CONCLAVE, que  será o Colégio Eleitoral para escolher um novo Papa. Atualmente são 252 cardeais abaixo do Papa na hierarquia de escolha de um novo Pontífice, mas apenas 135 estão aptos a votar, pois alguns já estão muito idosos ou não possuem a plenitude da consciência para essa escolha tão importante.

Vendo a quantidade de programas já prontos em todas as redes sociais, dando conta da morte do Papa Francisco, vimos que a morte esperada era especulada a meses. Claro que muitos extremistas de direita ficaram aliviados, pois esse papa não lhes agradava, ao considerar um papa esquerdista argentino, um comunista que defendia pobres, mulheres, gays e o meio ambiente como algo a ser protegido e não explorado para o lucro.

Cada novo papa poderá trazer um novo ciclo de fé e de valores morais e ideológicos cristãos católicos. Mas é bom lembrarmos que existem milhões de Cristãos que não seguem e nem respeitam o papa. Já li frases de extremistas da direita dizendo que esse Papa Francisco era o Anticristo. E isso era sentido até entre católicos mais extremistas.

Muitos bolsonaristas divulgavam frases  ofensivas contra o Papa Francisco, Isso basicamente por ser um Papa comprometido com a verdade, a ciência e valores mais progressistas como casamento entre pessoas LGBTQUA+ e aceitação dessas pessoas no seio da igreja, entre outras questões e preconceitos que Francisco condenava e também pela aproximação que o papa tinha com o Presidente Lula e lideranças mais progressistas.

O Senador Humberto Costa (PT/PE), não aliviou ao dizer que: “Bolsonaro e seu entorno detestavam o Papa Francisco, a quem xingavam de comunista. Nas redes sociais, os mais radicais pediam até mesmo a morte do Sumo Pontífice. Bolsonaro deixou claro seu asco ao Papa ao rejeitar se encontrar com ele nos quatro anos em que esteve à frente da destruição do Brasil. Grande, Francisco denunciava atmosfera de ódio no país e, aos seus detratores, que também odeiam os pobres, mandava que lessem Mateus 25: quem ataca aos pequeninos ataca a Deus. A estes, está reservado o tormento eterno, enquanto, aos justos, está garantida a vida eterna.”

No mundo atual, existem cerca de 1,4 bilhões de católicos apostólicos romanos, sendo quase 1 bilhão em países latino americanos como o Brasil, México e Argentina, terra do Papa. Nos Estados Unidos, mesmo predominantemente protestante, também existem cerca de 80 milhões de Católicos. Segue em  países da Europa Ocidental, em especial a Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha, República da Irlanda entre outros. 

No continente africano existem países com milhões de católicos, entre eles: Congo, Nigéria, Uganda, Tanzânia, Quénia, Angola e Moçambique. Mas ser Católico na África, precisa considerar o sincretismo religioso de cada país. No Extremo Oriente, basicamente nas Filipinas, existem muitos católicos e em Macau, na China. 

Quando o assunto é Cristianismo, existe quase a mesma proporção entre católicos e cristãos protestantes e ortodoxos, que não seguem o Papa e nem as regras católicas, sendo os principais grupos: aproximadamente 300 milhões de seguidores da Igreja Cristã Ortodoxa, em especial na Rússia, Europa Oriental e Ásia Menor; existem quase 1 bilhão de evangélicos, ou protestantes cristãos, em milhares de denominações, doutrinas e seitas, com destaque para os EUA, Reino Unido, Brasil e quase todo o mundo ocidental; ainda existem cerca de 15 milhões de Cristãos Espíritas Kardecistas e também de matriz africana  (Candomblé, Umbanda, Kimbanda e Jurema entre outras denominações), com destaque ao Brasil, onde o sincretismo religioso é muito forte.

O Papa Francisco teve um curto pontificado, basicamente de 2013, com a renuncia do papa Bento XVI, até abril de 2025. Apenas 12 anos, tendo falecido no domingo de páscoa, dia símbolo para o cristianismo mundial. Dividia opiniões entre o verdadeiro evangelho de Jesus, de amor ao próximo, comunhão e compaixão, em especial para os pobres de espírito, humilhados e excluídos. 

Por ser um padre argentino, muito ligado às comunidades pobres e excluídas, por ter sido uma pessoa muito próxima da teologia da libertação e fazer um trabalho com os mais pobres, sempre teve rejeição dos conservadores católicos. Por causa disso era visto como esquerdista ou comunista e muitos católicos de extrema direita criticavam o papa Francisco. 

No momento em que o mundo vive uma crescente onda de extremistas de direita, em que se misturam neonazismo, neofascismo, em que muitos católicos e evangélicos estão diretamente envolvidos, esse Conclave, ou escolha do novo papa, irá despertar grande interesse na comunidade cristã em todo o mundo.

Num mundo com quase 5.000 mil religiões, além de quase 60 mil grupos étnicos que seguem rituais e crenças espirituais próprias, não podemos achar que a fé católica ou cristã signifique unanimidade, pois muitos seguem essas religiões por conveniência cultural ou imposição de origem e, mesmo depois de adultos, as pessoas, continuam a tradição religiosa, mas nem sempre por convicção e fé de fato, as vezes por pura convenção, são exemplos de católicos não praticantes.

Uma coisa é certa, a morte do Papa Francisco, poderá representar um novo período de retrocesso católico como os vividos entre os períodos de João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI (2005-2013), extremamente conservadores.

Outro fato importante, existe a possibilidade de pela primeira vez na história da Igreja Católica, ser escolhido um Papa brasileiro, diante de um Conclave com cinco cardeais do Brasil. É importante lembrar que as grandes questões ambientais e a crescente destruição da Casa Comum (Terra), foi uma das últimas questões discutidas por Francisco, deixando como tema da fraternidade 2025. “Fraternidade e Ecologia Integral”. A sua escolha pós morte, para ser deputado em um ataúde de madeira, fora do Vaticano, são indícios importantes para a nova escolha papal.

Que Francisco siga na senda sagrada de luz e um novo Papa possa continuar esse trabalho de libertação dos pobres e oprimidos.

*Por Belarmino Mariano. Imagens das redes sociais.

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