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Guarabirense vive há 14 anos sob árvore em via pública, em João Pessoa

Há 14 anos, Maria da Soledade Silva, de 57 anos, transformou o canteiro central da Avenida Camilo de Holanda, no bairro da Torre, em João Pessoa, em seu lar. E entre o vai e vem de carros e pedestres, a ex-comerciante vive sob uma árvore, em uma tenda improvisada com lona, após perder o abrigo que ocupava durante reformas na região.
Natural de Guarabira, no interior paraibano, Soledade foi para João Pessoa em busca de trabalho. Foi acolhida por uma família e trabalhou como empregada doméstica por um período. Depois, decidiu sair e tentar a vida por conta própria.

Ex-comerciante, Maria da Soledade vive há 14 anos sob uma árvore na Torre, em João Pessoa — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco
Ex-comerciante, Maria da Soledade vive há 14 anos sob uma árvore na Torre, em João Pessoa — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco

“Eu fiquei trabalhando com eles por um tempo e depois tomei uma atitude e fui trabalhar pra mim mesma, no Mercado da Torre”, explicou, em entrevista à TV Cabo Branco.
No mercado, ela começou vendendo temperos durante o dia e, à noite, churrasco. Comprou um box no local, mas não tinha onde morar. “Trabalhava durante o dia todinho e quando terminava, eu ficava lá, morava lá mesmo”, diz Soledade.
Ela relata que abandonou o trabalho por conta de um relacionamento abusivo. “Essa pessoa que eu trabalhei na casa dele colocou um mercado na Torre e eu comecei com ele, só que ele é o tipo de pessoa que não me valorizava, só pensava no dinheiro.” Segundo ela, além da falta de reconhecimento, também sofreu agressões e traições.

Sobrevivência entre doações e solidariedade

Maria da Soledade é natural de Guarabira, interior da Paraíba e veio para João Pessoa em busca de trabalho — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco
Maria da Soledade é natural de Guarabira, interior da Paraíba e veio para João Pessoa em busca de trabalho — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco

Soledade explica que começa o dia às 6h da manhã e se mantém de doações. Já a higiene pessoal é mantida com a ajuda de colegas que a deixam tomar banho e lavar roupas.
“Às vezes chega gente aqui, chamando ‘tia, chega, eu trouxe um negócio para te dar’”, conta.

Em dias de chuva forte, conta que chegou a temer pela estrutura. “Parecia que a tenda estava flutuando comigo, foi muito forte. Mas ali onde eu estava, fiquei.”
Sem contato com a família biológica, Maria ainda sonha em conquistar uma casa própria. “É muito bom você ter o seu cantinho, poder fazer sua comida e não precisar estar na casa dos outros para tomar um banho.”

 

G1PB

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