Governo da Paraíba e UFPB promovem seminário sobre proteção aos órfãos da Covid-19

O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) promoveram, nessa segunda-feira (28), o I Seminário Estadual de Orfandade e Proteção Social aos Órfãos da Covid-19. O evento, que contou com pesquisadores do Projeto Acolhe PB, aconteceu no auditório 411, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), em João Pessoa. O objetivo foi discutir políticas públicas para proteção integral de crianças e de adolescentes órfãos da Covid e de outras doenças, além de feminicídio, na Paraíba.A parceria entre a Sedh e o Projeto Acolhe PB foi iniciada quando o Projeto vinculado ao grupo de pesquisa Criança, Cultura e Sociedade (Crias), do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPB, propôs realizar uma análise junto aos beneficiários do Programa “Paraíba que Acolhe”, executado pela Sedh.O “Paraíba que Acolhe” prevê ações de proteção social e concessão de auxílio financeiro no valor de R$ 534,32 mensais a 55 órfãos da Covid-19 que atendem a todos os critérios estabelecidos pelo programa.Na mesa de abertura do seminário, o coordenador estadual dos Centros de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), Albeno Silva, representou a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano, Pollyanna Dutra, e destacou a importância do programa estadual.“Mesmo com a deficiência de dados relacionados à orfandade no Brasil, a Paraíba e o Consórcio Nordeste têm um dos programas mais inovadores na proteção, na discussão da orfandade, e na garantia material para essas crianças.  Nosso Programa alcança a orfandade bilateral e monoparental, sem discriminar qualquer tipo de família. A unidade familiar não é definida por gêneros colocados, mas compreende todas visões múltiplas que as famílias podem ter, sendo a nossa Lei vanguardista. Mesmo assim, sabemos que precisamos melhorar e por isso mantemos a discussão para que o Programa avance”, enfatizou.A professora, pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais e do PPGA da UFPB e proponente do projeto de pesquisa Acolhe PB, Flávia Pires, comemora a realização do Seminário, que marca uma parceria que tem dado certo. “Nosso Projeto de Pesquisa está vinculado ao CNPq e tem recebido da equipe da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano todo o apoio necessário para ter acesso às famílias e, principalmente, às crianças que são o foco do nosso trabalho”, avalia a pesquisadora.O seminário ainda contou com as palestras da professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da PUC-SP e referência nos estudos sobre orfandade no Brasil, Aldaíza Sposati; e do educador popular, mestre em Serviço Social PUC-SP e diretor internacional da Terre des Hommes, organização Suíça para defesa das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.As palestras e discussões guiaram o debate dos estudantes, pesquisadores, técnicos da assistência social e militantes da questão da orfandade que estiveram no auditório.“Não há separação entre a academia, o que é estudado nos grandes Centros Universitários, e o que é executado na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano. O estudo produzido na Universidade subsidia a nossa prática profissional, da mesma forma, a nossa prática profissional gera temas importantes para estudos. Nós oferecemos todas as condições possíveis para que o grupo de pesquisadores possa estudar o Programa, e eles devolvem para nós e para a sociedade importantes apontamentos em vista do aprimoramento”, relata a coordenadora estadual do Programa “Paraíba que Acolhe”, Jéssica Juliana.A pesquisadora Laura Marques Lopes participou do Seminário Estadual e explicou que a pesquisa desenvolvida pelo Acolhe PB está fase de organização dos dados. “Como todo projeto de pesquisa, temos um cronograma a ser seguido. Nós já passamos pela fase preliminar que envolve mapeamento bibliográfico, e iniciamos o trabalho de campo. Atualmente estamos na fase de organização de dados preliminares para embasar as nossas análises e este evento é muito importante para o compartilhamento também de nossas ações”.  Paraíba que Acolhe – O Programa é resultado de uma ação da Câmara Temática da Assistência Social do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste), que estabeleceu o programa ‘Nordeste Acolhe’ em todos os estados da Região.O acesso ao benefício ocorre por meio do cadastro social realizado pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Além do auxílio financeiro, as crianças e adolescentes têm acompanhamento do rendimento escolar e de saúde. O benefício será pago até a maioridade civil crianças e adolescentes órfãos da Covid-19.Acolhe PB – Projeto de pesquisa da UFPB que tem o objetivo de fazer uma análise antropológica, com a metodologia de trabalho de campo, junto aos beneficiários do Programa Paraíba que Acolhe.