Qual é a fórmula do sucesso para um adolescente viralizar no TikTok? Dancinhas dos hits do momento? Esquetes de humor? Para Gustavo Viana, de 14 anos, é algo como V = λ. f ou E = d.V.g.
Em um quartinho improvisado em Araçagi, município com 17 mil habitantes no interior da Paraíba, o menino grava vídeos com resoluções de problemas de exatas. Monta a lousa branca, prepara a câmera do celular e pronto, mostra como responder a uma pergunta do vestibular mais difícil do país, o do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
“Você entraria em desespero vendo essa questão? Mas é facinho, ‘vapo’! Vou te mostrar, fica até o final”, diz Gustavo, no início de um vídeo que já passou de 3,5 milhões de visualizações (assista mais abaixo).
E é assim, com gírias entre uma expressão algébrica e outra, que as “Dicas do Guga” viralizaram nas redes sociais no início de fevereiro. Os seguidores ficam impressionados com a habilidade que o jovem tem de simplificar amontoados de números e incógnitas.
“O que me trouxe notoriedade foi a minha didática. Eu escolho a questão, vou interagindo com o telespectador e ensinando as pessoas com dificuldade em matemática”, conta Gustavo.
👏Nos comentários dos posts, não faltam fãs: os que agradecem aos céus pela existência de Gustavo (“você é um divo, obrigada!!”), os que choram por não terem conhecido o menino antes (“se esse garoto tivesse sido meu professor, eu estaria na Nasa hoje!”) e os que ficam chocados de ver um adolescente de 14 anos resolvendo logaritmos (“esse menino nasceu ensinando log para o médico”; “reencarnação de Pitágoras”).
A inspiração de Guga é sua mãe, que faleceu em 2022 — ela também postava vídeos com dicas de estudo, só que na área de língua portuguesa. “Foi quem me estimulou. Aprendi a ver a educação como uma arma poderosa para o meu futuro”, conta o menino, que atualmente mora com a avó.
Aluno do 1º ano do ensino médio da rede privada, Gustavo conta que sempre teve facilidade na escola:
- tirou nota 10 de média em todas as disciplinas no último boletim;
- foi medalhista da Olimpíada Brasileira de Astronomia em 2023;
- e é monitor de estudos dos colegas da turma em matemática, ciências, história, inglês e geografia.
Aos poucos, ele foi se interessando por conteúdos mais avançados de exatas, ensinados apenas na universidade.
“Passei a estudar por fora, porque quero seguir o caminho da engenharia, e as matérias que ensinam na escola não caem nos concursos em que quero passar. No colégio, é como se fosse sempre o básico do básico”, diz.
Ele, então, vê videoaulas e resoluções de questões mais difíceis na internet, para entender o conteúdo e conseguir explicá-lo aos seguidores de maneira simplificada.
“Meu hobby é estudar. Quando estou focado, estudo sem pausas das 6h às 11h e fico pensando em como vou abordar os temas no meu canal”, diz.
“Olho para a prova do ITA e penso: não é impossível para mim. É complexo, não vou mentir, mas, se eu tiver bons professores e bons materiais, vai dar certo de estudar engenharia lá.”
“É um trabalho árduo, porque produzo toda a estrutura. Algumas [miniaturas] levam um mês para ficarem prontas”, diz. “Vou me aprimorar, porque quero seguir nessa área de projeção e de mecânica. Estudando no ITA, vejo a chance de produzir foguetes no futuro.”
G1
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