“Caso Marielle Franco – Crime, Milícia, Polícia e Politica”

Os irmãos Brazão, Chiquinho e Domingos Brazão, empresários de postos de combustível, políticos e possívelmente milicianos, agora presos, são os principais suspeitos da morte de Anderson e Marielle Franco (PSOL/RJ), estão na delação de Ronnie Lessa, assassino da vereadora do PSOL Rio e seu motorista.

Olha onde estavam nas eleições presidenciais, inclusive com Chiquinho Brazão, candidato a Federal, Flávio para Senador e Jair para Presidente, inclusive, todos foram eleitos.

Não podemos esquecer que Marielle, em fevereiro de 2018, liderava todas as pesquisas para Senadora pelo Rio de Janeiro. Logo, se ela se mantivesse viva e candidata e, se Lula não tivesse sido preso injustamente, os resultados eleitorais poderiam ser outros, completamente diferentes.

Vejam que o golpista Michel Temer, havia baixado uma Intervenção Militar das Forças Armadas, nas favelas do Rio e o nomeado para o comando, foi justamente o General Braga Neto, um forte bolsonarista.

Isso não quer dizer que o clã Bolsonaro esteja envolvido nesse crime, mas a família não fez nada para ilucidar esse assassinato, além de ter atrapalhado.

Será que tem peixe maior nessa escada de possíveis assassinos?

Parece que tem mais gente da polícia civil e militar envolvida e presa por obstrução de justiça.

Quem lembra de Adriano de Nóbrega, um dos chefes da “Milícia Escritório do Crime”, do rio das pedras?

Aquele que estava indiciado como um dos assassinos de Marielle e Anderson, mas fugiu, antes da prisão.

Sua família fazia parte dos assessores do Clã Bolsonaro e estavam no esquema do Clã, em que o Queiroz arrecardava as rachadinhas. Adriano de Nóbrega, homenageado com medalha de honra ao mérito, proposta por Flávio Bolsonaro, depois da morte da vereadora, fugiu e depois foi morto em confronto com a PM baiana, virou “arquivo morto.” Quem de fato matou o Adriano, que provavelmente foi um dos assassinos de Marielle?

Agora a gente entende os motivos de alguns políticos atacarem tanto a imagem da Marielle, mesmo morta e defenderem milicianos, inclusive essa semana no Congresso Nacional um deputado bolsonarista disse que Marielle estava morta. Quantas placas de Marielle já foram quebradas, quantas ainda serão?

A CPI das Milicias, proposta em 2006 por Marcelo Freixo (PSOL/RJ), do qual Marielle era assessora, apenas dois votaram contra: Os deputados estaduais Flávio Bolsonaro e Domingos Brazão. Será que essa dobradinha entre o clã Brasão e o clã Bolsonaro é uma coisa antiga?

Ronnie Lessa, que era vizinho da família Bolsonaro, guardava um grande arsenal de armas em sua mansão do Condomínio Vivendas da Barra, depois de preso pela PM do Rio, ficou de bico calado, mas foi o processo chegar ao STF e ele resolveu assinar um acordo de delação premiada. Será que não confiava e nem se sentia seguro em abrir o bico para a justiça do Rio de Janeiro?

Claro que a Delação de Ronnie Lessa, assassino de Marielle, poderá ser uma cortina de fumaça, para proteger outros criminosos, mas a própria família do assassino está desesperada, pois podem estar sendo ameaçados de morte.

Por quais motivos o ex-presidente Bolsonaro conseguiu passaporte diplomático para Chiquinho Brazão, caso ele precisasse fugir do Brasil? Se isso não for envolvimento, era apenas coleguismo?

Com um ano do governo Lula, foi o caso chegar na Polícia Federal e no STF, depois de 6 anos engavetado no Rio de Janeiro e já temos delações e prisões, com mais envolvidos diretos. Quem ainda falta?

O delegado Rivaldo Barbosa, também foi preso, juntamente com outros membros da Policia Civil do Rio, inclusive foi nomeado na época em que o General Braga Neto comandava a intervenção militar no Rio, aquele que foi Ministro de Bolsonaro e depois candidato a vice-presidente na chapa com Bolsonaro.

Domingos Brazão do Conselho do TCE-RJ e Chiquinho Domingos Deputado Federal (União Brasil), têm foro privilegiado, o que levou o caso até o STF.

O Deputado Federal Chiquinho Brazão é do União Brasil do Rio de Janeiro, mas os irmãos já foram do MDB/RJ. O União Brasil, partido do também Sérgio Moro, já declarou que expulsará o Chiquinho Brazão, mas de acordo com Lauro Jardim (O Globo), em seu lugar, assumirá um sobrinho de um dos chefes do Jogo do Bicho. Mas, independente de partidos, estes irmãos e seus suplentes, sempre estiveram vinculados ao clã Bolsonaro.

Basta lembrar que recentemente o ex-presidente fez visitas nas quadras de algumas escolas de samba. Será que essa alegria toda dos bolsonarista com a prisão dos Brazão, têm outras explicações, que podem até passar por suplementes de deputados federais?

“Uma imagem não diz nada, mas em muitos casos, vale por mil palavras”. Nessas imagens aparecem os irmãos Brazão, Flávio e Jair Bolsonaro, ao lado dos seus apoiadores políticos de longas datas.

Será que depois dos irmãos Brazão presos, mais gente vai abrir o bico? Agora o caso é federal e o crime contra Marielle Franco e Anderson Gomes ganhou repercussão mundial, por se tratar de um crime político com requintes de crueldade, como afirmou o Deputado Marcelo Freixo (PSB/RJ) em entrevista ao ICL.

Essa campanha nojenta, contra a memória de Marielle Franco, principalmente orquestrada por apoiadores de Bolsonaro, lhe assassina todos os dias. Enquanto isso, o porteiro do Residencial Vivendas da Barra desapareceu e seu depoimento também desapareceu, pois ele falou dos criminosos procurando o proprietário da casa 58 do Seu Jair, e depois foram para a casa 66 de Ronnie Lessa.

No depoimento do porteiro, o Eduardo Bolsonaro havia saído do carro do criminoso. Mas cadê o porteiro e o seu depoimento?

O Sérgio Moro, que era Ministro da Justiça na época, embaralhou as investigações e aparecem muitos outros que orquestraram esse embaralhamento do crime, enquanto o governo interferia na Polícia Federal e em qualquer delegado que se aproximasse dos assassinos de Marielle e seu motorista. Em cinco anos foram trocados 5 delegados.

Brazão, Milícia, clã Bolsonaro, Polícia, Política, Crime, namoro do filho de Bolsonaro, com a filha do assassino de Marielle, a falta de investigação do caso e a obstrução da justiça.

Delegado, vereador, deputado estadual, membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ), deputado federal, senador, ministros, presidente do país, intervenção militar e placas de Marielle quebras pelo deputado Daniel Silveira e outros. Muitos são aqueles que atacam a memória de Marielle Franco.

As instituições do Rio de Janeiro, estão sendo manchadas pelo sangue derramado e pelas laranjas podres do cesto Carioca. O caso Marielle incomoda, a morte de Marielle para além do corpo é também um assassinato moral, mas o seu fantasma vai continuar assombrando os que mataram e tentam encobrir seu corpo.

Incrível como o pastor e arauto da fé cristã Carioca está caladinho com esse caso, pois tem muito mais pedras nesse Rio das Pedras que rolaram e podem cair justamente nos portões da suposta casa da salvação das almas milicianas, onde alguns templos podem ser lavanderias do precioso e/ou sagrado papel de trocas. Aí vai ficar fácil saber de onde vem, tanto dinheiro para manifestações golpistas.

Marielle morreu, mas sua vida é relembrada todos os dias, em especial por aqueles que clamam por justiça.

Parece ficção, mas a ficção é “Tropa de Elite 1 e 2”, que precisam serem reassistidos. O povo Carioca precisa saber que os prefeitos e vereadores do Rio de Janeiro e das cidades do Estado, não podem continuar controladas por milicianos, narco-traficantes, bicheiros e corruptos.

E o alerta também já chegou ao estado São Paulo e a sua capital. Que os brasileiros fiquem alertas para determinados partidos, que compram candidatos e mandatos para vereadores e depois, se instalam e sugam toda a economia municipal.

Era contra isso que Marielle lutava e por isso, sua memória é tão atacada, sua imagem é tão manchada, mesmo depois de ser assassinada.

 

 

Por Belarmino Mariano