Neoliberalismo, Mudanças Climáticas e Catástrofes Sócio Ambientais no Brasil.

A imagem é uma Projeção feita pela Nasa a partir de imagens de satélite, sobre o aumento da temperatura do Planeta Terra nos últimos 320 anos. De baixo para cima, de 1800 a 2024, com o vermelho representando maiores temperaturas.
Desde a Revolução industrial até os dias atuais. É assustador e confirma todas as projeções climáticas feitas pelos cientistas de diferentes universidades do mundo.
Estudos geológicos apontam que por volta de 12.800 anos, o Planeta Terra era uma “bola de neve”, com mais de 70% de sua superfície coberta de gelo e neve (curta Era Glacial), também conhecida como antidiluviano.
Se especula que o Planeta tenha sido atingido por um grande meteoro que desencadeou uma grande onda sísmica com centenas ou milhares de vulcões entrando em atividade ao mesmo tempo.
Em questão de anos e décadas, o Planeta passou por uma rigorosa mudança climática, com efeito estufa e houve um grande descongelamento, redução das áreas glaciais e aumento do nível do mar em mais de 150 metros.
Devido as grandes mudanças climaticas, estudos paleantropológicos apontam que nesse epoca, ainda existiam cerca de 5 a 10 grupos étnicos de hominídeos, como os nossos primos homo neandertais e que grande parte destes foram extintos, ficando basicamente os homo sapiens.
Esta espécie em menos de dez mil anos e basicamente nos últimos 500 anos, vem colocando o Planeta em ritmo de novas catástrofes globais.
Em pelo menos 50 anos, desde meados de 1970, cientistas de diferentes áreas do conhecimento alertaram para o aquecimento global e mudanças climáticas em grandes escalas (Viragem Ecológica), resultantes das industrialização, queima de combustíveis fósseis e exploração desenfreada dos ecossistemas e biomas naturais.
Grandes encontros internacionais(1972, 1987, 1992, 2002, 2022) e a negligência governamental e empresarial em relação às questões socioambientais foi o que vimos e continuam negando ou relativizando as catástrofes e tragédias que estão ocorrendo com maior intensidade, pelo menos nas duas últimas décadas, em diferentes partes do globo.
Aumento das temperaturas, secas prolongadas, chuvas intempestivas, frío fora deepoca, tsunamis, maremotos, desastres humanos, catástrofes sócio ambientais, entre outras.
Na atualidade, temos equipamentos de última geração que conseguem monitorar e prever com antecedência, possíveis efeitos das mudanças climáticas, mas quando ocorrem, os alertas se tornam sem efeito, pois, desde o desmatamento de florestas, queimadas criminosas, represamento de rios, mineração de grande impacto, assoreamento dos rios e ocupação urbana de suas áreas de inundação, são fatores que tornam os desastres inevitáveis, inclusive em áreas rurais e urbanas.
Agora vamos considerar as ondas neoliberais e ultra neoliberais em todo o globo. O discurso do Estado Mínimo e da privatização indiscriminada das empresas estatais, com completa liberalização das empresas privadas em detrimento das públicas.
Imaginem essa catástrofe no Rio Grande do Sul, sem o SUS, sem o SAMU, sem os Bombeiros, sem a Defesa Civil, sem as forças de segurança, sem a Assistência Social e sem os recursos públicos federais, estaduais e municipais para mitigar estes desastres?
Basta observar a catástrofe da Mineração em Minas Gerais, em 2015, com o estouro da barragem de resíduos minerais da Samarco/Vale, que destruiu grande parte do Vale do Rio Doce.
Já faz nove anos e até hoje, não vimos a responsabilização pelo crime socioambiental da empresa, tanto para a população atingida, com seus mortos e suas perdas materiais, quanto para o meio ambiente.
Quem lembra do misterioso e criminoso vazamento de óleo diesel nas praias nordestinas em 2019? Foi uma verdadeira catástrofe socioambiental, com violentos impactos econômicos (Turismo), ecológicos (contaminação do ecossistema marinho e de mangues) e sociais (comunidades de pescadores). Até o momento, ninguém e nenhuma empresa foi responsabilizada.
Quem se lembra da tragédia de Maceió (Al), com a extração mineral de sal-gema da Braskem, com a destruição de bairros inteiros da capital alagoana? Sem o Estado brasileiro para parcialmente socorrer estas famílias, tudo estaria perdido, enquanto não se consegue responsabizar e incrimibar os empresários desse lucrativo esquema.
Quem lembra da maior seca na bacia hidrográfica do Amazonas, entre o final de 2023 e início de 2024. O maior rio do mundo e o maior complexo hídrico em água doce do planeta, chegou ao menor nível dos últimos séculos. Aí precisamos relembrar as pessoas que, nos últimos cinco anos, com um desgoverno federal de extrema direita liderado por Temer, Bolsonaro, Mourão e Sales, que negavam as mudanças climáticas e o aquecimento global, enquanto seus apoiadores destruíam a Amazônia e o Pantanal em nome do lucro fácil.
Estes são apenas quatro exemplos recentes de grandes empresas privadas e governos laxistas que lucram, explorando o meio ambiente e a sociedade, mas quando ocorrem as catástrofes, pulam fora, acionam seus escritórios jurídicos, usam as bigtechs para limpar a imagem das empresas e fica tudo ao “Deus dará”.
O modo de produção capitalista e o neoliberalismo, querem o controle de tudo para o lucro, mas não se comprometem com as tragédias e com os impactos destrutivos em grande escala.
Agora entre 2023 e 2024, estamos diante da tragédia gaúcha, com mais de 200 mil desabrigados, centenas de mortos, centenas de desaparecidos e prejuízos incalculáveis na saúde, educação, cultura, indústria, comércio e agropecuária do agronegócio e da agricultura familiar.
Então voltamos a pergunta inicial desse artigo, imagina essa situação toda sem a presença do Estado e de suas instituições públicas? Enquanto isso, os prefeitos das áreas atingidas e o governador gaúcho, tentam minimizar a tragédia, como se fosse uma situação meramente natural ou climática.
Por outro lado, o governador Eduardo Leite (PSDB), usa empresas privadas e banqueiros para arrecardar pix, usando a catástrofe para errecardar recursos, que não fica claro como serão imediatamente gastos com a tragédia. É no mínimo estranho, pois o Rio Grande do Sul e o quinto Estado mais rico do Brasil, mas não existem quase recursos destinados para essas situações catastróficas.
Todo o tipo de arrecadação e solidariedade é importante, mas as arrecadações poderiam ser voltadas para a Defesa Civil ou até mesmo para os cofres do governo, mas não deveria ser direcionado para entidades ou empresas privadas.
Mas essa tragédia também é política, pois o governo Estado do Rio Grande do Sul e prefeituras estão manipulando a opinião pública para arrecadações que podem não chegar aos atingidos.
A outra catástrofe é a grande inundação de fake news da extrema direita e suas mentiras fascistas em pleno desastre.
O Rio Grande do Sul é o maior exemplo territorial de que os efeitos do aquecimento global e das mudanças climáticas já estão em curso e com força máxima.
A destruição urbana, agrícola e pecuária, as inundações, mais chuvas, frente fria em curso estão entre as principais demonstrações de uma “viragem ecológica”.
Não adianta tentar usar a fé e a religião para jogar tudo nas responsabilidades de Deus, que estaria castigando o povo pelos pecados do mundo. Aí a gente pergunta, logo o povo gaúcho?
O mais importante é compreendermos que essa logica capitalista de extrema exploração, desigualdades e degradação, alimentam um ciclo de destruição social e ecológica.
Seguem 12 imagens chocantes de diferentes redes sociais e portais de notícias sobre as grandes catástrofes recentes no Brasil e o aumento da temperatura do Planeta Terra nos últimos 320 anos (Nasa).
Imagens da Tragédia de Brumadinho MG em 2015.
Imagens de vazamento de óleo diesel nas praiydo Nordeste em 2019.
Imagens das queimadas na Amazônia entre 2019 e 2021
Imagens da grande seca na bacia hidrográfica do Amazonas em 2023
Imagens da tragédia no Rio Graydo Sul em 2024.
Por Belarmino Marciano.