A Justiça da Paraíba adiou para o dia 8 de abril o depoimento do médico acusado de agredir a ex-companheira na frente do filho, após a audiência de instrução, desta terça-feira (28), ter sido interrompida. A interrupção aconteceu porque uma das testemunhas da defesa não compareceu.
Durante a sessão de audiência do caso, que aconteceu de forma híbrida, com participação presencial e virtual, foram ouvidas todas as testemunhas que estavam presentes, sendo duas de acusação, quatro de defesa e a vítima.
O interrogatório do acusado, o médico João Paulo Souto Casado, deve ser o último ato da instrução, ou seja, todas as testemunhas do caso devem ser ouvidas antes do depoimento do investigado ser prestado. Como uma das testemunhas não compareceu, o procedimento foi adiado para o dia 8 de abril, onde serão ouvidos a testemunha que faltou e o réu.
Após a conclusão dos depoimentos, serão realizadas as alegações finais e a determinação da sentença do caso pela Justiça.
Entenda o caso
O então diretor técnico do Complexo Hospitalar de Mangabeira, o Trauminha, em João Pessoa,foi investigado pela Polícia Civil por agressão contra a mulher. Segundo a delegada da Mulher Paula Monalisa, vídeos de 2022 mostram o médico João Paulo Souto Casado agredindo a ex-companheira, em pelo menos duas ocasiões diferentes. As imagens foram divulgadas pelas redes sociais do site Paraíba Feminina.
Em um dos vídeos, é possível ver quando o médico está em um elevador com a vítima e uma criança. Nas imagens, o suspeito puxa o cabelo da mulher e a empurra várias vezes, na frente da criança. Já em outras imagens, de setembro de 2022, a vítima é agredida com socos dentro de um carro.
Em entrevista ao Bom Dia Paraíba, a delegada Paula Monalisa explica que as imagens foram entregues à polícia, pela própria vítima, em agosto deste ano. “Ela procurou a delegacia e nos forneceu essas imagens. Ela também foi ouvida, com bastante riqueza de detalhes, e as medidas protetivas já foram solicitadas e deferidas pela Justiça”, disse a delegada.
O condomínio onde foram registradas as imagens denunciou o caso à Polícia Civil 18 dias após a filmagem, em abril de 2022. Apesar da denúncia, a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) resolveu não investigar o caso, alegando que a vítima, à época, não queria representar contra o suspeito. O entendimento do STF, desde 2012, é de que casos devem ser investigados independentemente da vontade da vítima.
G1
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